Polêmico, mas necessário. Sabemos que os programas gráficos foram feitos para acelerar e facilitar a vida dos artistas, mas eles também podem potencialmente atrapalhar a evolução do desenhista em algumas situações específicas, e aqui estão alguns cenários em que isso pode ocorrer.
- Dependência excessiva de ferramentas automáticas, tal como a dos programas gráficos modernos que oferecem uma ampla gama de recursos, como preenchimento de cores, seleções precisas e transformações complexas. Se um desenhista se tornar excessivamente dependente dessas ferramentas automáticas, pode não desenvolver habilidades fundamentais, como desenhar à mão livre, criar sombreamentos detalhados em diferentes técnicas ou compreender princípios de perspectiva. Isso pode limitar sua capacidade de criar arte de forma autônoma e criativa.
- Falta de compreensão dos fundamentos artísticos, pois os programas gráficos muitas vezes oferecem recursos avançados que podem mascarar certos aspectos técnicos do desenho. Por exemplo, um desenhista pode usar filtros ou efeitos especiais para melhorar suas imagens, sem entender os princípios básicos de composição, luz e sombra, proporção, anatomia, entre outros. Essa falta de compreensão dos fundamentos artísticos pode levar a um progresso limitado, pois o desenhista tende a se apoiar nas capacidades do programa, em vez de desenvolver suas próprias habilidades. Isso abre margem para aplicações erradas como, perspectivas “impossíveis”, entre outros erros pejorativamente conhecidos no meio gráfico como “photoshopadas”.
- Falta de experimentação e criatividade. Embora os programas gráficos ofereçam uma ampla gama de opções e ferramentas, eles também podem criar uma zona de conforto para o desenhista. A familiaridade com um conjunto específico de ferramentas e técnicas pode levar a uma falta de exploração de outras possibilidades criativas. Além disso, a facilidade de desfazer e refazer ações nos programas gráficos pode levar a uma menor disposição para experimentar e correr riscos na arte.
- Dificuldade em desenvolver habilidades de desenho à mão livre, já que muitos recursos gráficos são baseados em manipulação digital. Como muitos experts sabem, desenhar em diferentes tamanhos nos ajuda a desenvolver a coordenação motora fina além da mão, em outras partes do corpo, tal como o braço e o antebraço.
- Propensão a repetir estilos e técnicas predefinidos pelos recursos do programa, em vez de desenvolver um estilo pessoal único. Isso é um exercício amplo que requer paciência e tempo. Sem isso o desenhista ficará condicionado.
- Menor incentivo para explorar materiais tradicionais de arte, como lápis, tinta e papel, devido à facilidade e conveniência dos programas gráficos. Estrategicamente aquilo que não facilitamos o uso, é desfavorecido em seu uso.
- Dependência excessiva de referências visuais prontas, em vez de aprender a observar e interpretar o mundo ao redor.
- Menor entendimento de aspectos técnicos do desenho, como luz, sombra, textura e composição, quando esses elementos são manipulados automaticamente pelo programa.
- Risco de perder a paciência e desistir de desenhos mais complexos que exigem tempo e esforço, já que os programas gráficos permitem correções rápidas. Assim alguns recursos manuais que eventualmente podem surgir, geram uma percepção pesada do ponto de vista do desenhistas por ele não ter desenvolvido tal experiência.
- Dificuldade em se adaptar a diferentes meios e técnicas de arte fora do ambiente digital, limitando as oportunidades de expressão artística, uma possibilidade que abre margem para rápidas desistências ou chance de se pegar trabalhos do tipo.
Vale ressaltar que nem todos os desenhistas enfrentam essas dificuldades e que a utilização de programas gráficos pode ser benéfica quando usada de forma equilibrada, complementando o desenvolvimento das habilidades artísticas básicas. Tudo em excesso tende a ser nocivo, e a moderação com certeza é o segredo para estar apto para diferentes possibilidades e versatilidade.