Será que a inteligência artificial realmente deu um cheque mate nos desenhistas? Ou a AI ainda não supera um desenhista profissional?
Nos últimos tempos os desenhistas tem sentido pressionados pelo xeque-mate da inteligência artificial, que se apresenta via plataformas online, resolvendo os grandes problemas das pessoas comuns, que é criar uma arte, um desenho, a partir de uma única descrição fornecida a inteligência. Claro, isso é um embate do ponto de vista profissional, e não artístico, dado que em tese, os desenhistas sentem perder uma disputa no mercado de ilustração, animação, e que foi o motivo que levou a diversos protestos nas redes sociais, artigos publicados na web, etc. É impressionante ver o que essas inteligências artificiais fazem. Mas se ficarmos presos a apenas o primeiro impacto, poderemos subestimar alguns potenciais dos humanos, e por isso vai aqui alguns pontos que elas ainda deixam a desejar…
1- Criatividade imprecisa e limitada
Embora as AI possam criar imagens e desenhos, elas na verdade tem seguido padrões pré-definidos e limitados por sua base de acesso, ou mesmo que lhes foram previamente instruídas. E pelo fato dela depender da descrição de quem a usa, também denota que as ideias que irá combinar poderão ser imprecisas e limitadas ao que o usuário quer realmente. Sendo assim, para quem precisa de uma arte específica, verá que a comunicação entre uma AI e o usuário tem suas deficiências, assim o usuário dependerá de muita tentativa e erro para que ela aproxime do que ele imagina.
2- Originalidade comprometida
Sabemos que se um desenhista se comprometer, ele pode criar desenhos únicos e originais com base em sua imaginação e experiência pessoal, coisa que não é o caso de uma IA. Inclusive muitos artistas tem acusado essas tecnologias de cometerem plágio, pois é sabido pela maioria que elas não só imitam o estilo de diferentes artes de desenhistas que ela acessa pela internet por uma direta solicitação, como também insere em suas solicitações, composições que ela encontra. Usá-las pode ser um risco quanto a originalidade.
3- Interpretar e compreender emoções
O desenhista humano pode interpretar e entender as emoções e sentimentos envolvidos em um projeto de desenho, enquanto uma AI ainda não é capaz de fazer isso de forma tão precisa. Um desenhista pode ajustar um desenho para transmitir melhor uma emoção específica ou incorporar detalhes que tornem a imagem mais expressiva e atraente.
4- Lidar com situações complexas
Uma AI pode não ter a mesma habilidade para lidar com situações incomuns ou complexas, tal como um ser humano. Desenhos que demandam perspectivas complexas ou técnicas artísticas avançadas podem ser difíceis para uma AI reproduzir de forma realista, e até mesmo quando é estilizado pode se revelar um erro grotesco, e é por isso que alguns artistas geram ilustrações com uma AI e depois precisam corrigi-las. Um desenhista profissional pode ter mais flexibilidade e adaptabilidade para lidar com essas situações e produzir um trabalho de alta qualidade.
5- Flexibilidade e adaptabilidade
Embora as AI sejam ótimas em seguir um conjunto de regras predefinidas, elas podem ter dificuldade em lidar com situações inesperadas ou mudanças de última hora em um projeto. Um desenhista humano pode se adaptar mais facilmente a mudanças e ajustar seu trabalho para atender às necessidades do cliente, às vezes para refazer um trabalho considerando apenas mudanças específicas e padronizadas, e consequentemente torná-lo homogêneo.
6- Conhecimento de design
Embora as AI possam ser treinadas em algoritmos de design, elas podem não ter o mesmo conhecimento e experiência que um desenhista humano tem em relação a princípios de design, tendências de design e técnicas de desenho. Um desenhista humano pode usar sua experiência para criar designs mais atraentes e eficazes.
7- Intuição e julgamento
Uma AI pode analisar dados e gerar respostas com base em regras predefinidas, mas elas podem ter dificuldade em tomar decisões com base na intuição ou no julgamento. Um desenhista humano pode confiar em sua intuição e experiência para tomar decisões criativas que resultem em designs únicos e de alta qualidade. Esse julgamento é um feedback que o profissional tem após ouvir uma ideia e sugerir uma alternativa mais assertiva, com o intuito de melhorar os resultados de seu cliente a partir de ajustes nas ideias, no conceito.
8- Personalização e humanização
As AI podem criar designs com base em dados e tendências, mas podem ter dificuldade em personalizar designs para atender às necessidades individuais de cada cliente. Um desenhista humano pode trabalhar em estreita colaboração com o cliente para criar um design que seja verdadeiramente personalizado e que transmita a personalidade e a visão do cliente. Esta situação engloba as anteriores e ainda traz um aspecto de humanização da atividade, coisa que a AI pode tratar com frieza por não possuir todos os aspectos da personalidade humana.
Em resumo, embora as AI tenham avançado muito na área de design, ainda há situações em que um desenhista humano pode superá-las; no entanto, é importante notar que as AI estão evoluindo rapidamente e podem eventualmente se tornar capazes de superar os humanos em diversos aspectos. E ainda assim temos que considerar que tanto desenhistas quanto plataformas de AI podem possuir níveis diferentes de habilidade, assim uma comparação entre os dois podem ser bastante desproporcional, e por isso aqui estamos considerando um ótimo profissional comparado com a mais recente tecnologia de AI.
Fonte da Imagem: Pixabay