Caso você seja um desenhista envolvido com religião, certamente passou por alguns embates relacionados a desenhar.
O universo do desenho permite tantas possibilidades, que nos coloca muito além do que as pessoas imaginam, seja relacionado às possibilidades do quê desenhar, nas técnicas que podemos aplicar, e principalmente no que o desenho pode nos oferecer como arte. Mas essa liberdade abre margem para alguns questionamentos que muitas vezes o desenhista mesmo nem faz, mas que não deixa de ser julgado, coisa que inclusive já foi o estopim para atentados, ameaças e muitos outros atritos relacionados a religião. Mas, claro, o conceito religioso varia de acordo com as crenças e doutrinas de cada religião específica. E em muitas religiões, não há restrições ou proibições contra o ato de desenhar. Na verdade, a arte e a expressão criativa são valorizadas em muitas tradições religiosas e culturais.
No entanto, é importante observar que algumas religiões podem ter certas restrições sobre o que pode ser representado em uma obra de arte, especialmente quando se trata de imagens sagradas ou consideradas ofensivas. Por exemplo, em algumas tradições islâmicas, é considerado inapropriado fazer representações de Alá ou de figuras religiosas importantes, e não foi tão a toa que ocorreu em 2015 o massacre do Charlie Hebdo, que resultou em doze mortes e cinco feridos gravemente, pelo fato de que o jornal francês havia feito representações que desagradaram os seguidores extremistas de Maomé. Da mesma forma, em certos ramos do cristianismo, há restrições em relação à criação de imagens de Deus.
Portanto, se você segue uma religião específica ou se seu cliente segue alguma, é sempre aconselhável consultar as orientações e ensinamentos dessa religião em particular para entender melhor suas perspectivas em relação à arte e ao desenho. O que para você pode não ser uma blasfêmia, para outros pode ser a gota d’água e estragar a intenção ou o negócio. É sempre importante pensar nisso.