O que vai sobrar dos artistas no futuro com as IA’s?

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A inteligência artificial (IA) já é uma realidade presente no mundo das artes. Ferramentas como DALL·E, MidJourney e Stable Diffusion conseguem criar imagens impressionantes em segundos, enquanto IA’s como ChatGPT e Gemini produzem textos criativos que antes demandavam o esforço exclusivo de escritores humanos. Mas com tantas inovações surgindo, surge uma pergunta inevitável: o que vai sobrar dos artistas no futuro?

Antes de prosseguir, principalmente se você já é um desenhista mais antigo, veja se você já se perguntou o seguinte…

  • A evolução tecnológica das mesas digitalizadoras, e softwares que emulam materiais artísticos não tomou espaço dos fabricantes de materiais tradicionais?
  • Por que algumas pessoas que não desenham tão bem fazem sucesso trabalhando com desenho enquanto outras que desenham muito bem abandonam o ofício ou tem pouco rendimento?
  • Por que os desenhistas ainda importam em fazer o desenho ao invés deixar uma IA fazer o trabalho?
  • Qual o motivo de desenhistas bons terem poucos seguidores enquanto outros que desenham mal possuem até milhões de seguidores?
  • Por que alguns desenhistas ganham bem, enquanto outros com habilidade similar ganham muito mal?
  • Por que alguns desenhistas querem um emprego na área enquanto outros só pensam em empreender o seu próprio negócio combinando diferentes ideias?

Caso já tenha feito essas perguntas, tudo bem. Mas o objetivo é somente abrir na sua mente algumas variáveis do entendimento que nos auxiliarão a compreender os argumentos a seguir. Então, vamos lá!

A revolução tecnológica e a arte

A história mostra que toda nova tecnologia impacta o mundo da arte. A fotografia, por exemplo, revolucionou a pintura, tirando dos artistas a necessidade de reproduzir a realidade com precisão. Em vez de desaparecerem, os pintores encontraram novos estilos, como o impressionismo, o expressionismo e o surrealismo. Da mesma forma, o cinema não eliminou o teatro; ao contrário, criou novas formas de expressão e entretenimento.

A inteligência artificial, entretanto, é diferente. Ela não é apenas uma ferramenta, mas uma entidade que pode criar autonomamente, misturando, combinando e reinterpretando estilos com uma rapidez que os humanos não conseguem igualar em técnica e velocidade. Isso gera preocupações legítimas: os artistas serão substituídos? Ainda haverá espaço para a criatividade humana?

O que a IA consegue fazer atualmente?

Hoje, a IA consegue:

  • Criar ilustrações e pinturas digitais em segundos.
  • Escrever roteiros, poemas, músicas e histórias.
  • Compor trilhas sonoras e mixar faixas musicais.
  • Animar imagens estáticas, gerando movimento e vida.
  • Automatizar a edição de vídeos e fotografias.
  • Criar avatares e personagens realistas para games e animações.

Claro, ela apresenta alguns erros ainda (até bizarros); mas é uma questão de tempo. Isso quando as falhas não são falta do usuário caprichar na prompt do que lhe é sugerido; afinal, se até desenhistas fazem artes que não agradam clientes, quando este últimos não explicam direito o que precisam.

E com tamanha capacidade, é natural que muitos artistas sintam que seu espaço está ameaçado. Empresas já usam IA para substituir ilustradores e redatores em projetos comerciais, reduzindo custos e tempo de produção.

O que vai sobrar dos artistas?

Apesar do avanço das IA’s, há elementos da arte que ainda são exclusivamente humanos:

1. A expressão da emoção humana

A arte sempre foi um reflexo da experiência humana. Uma máquina pode gerar imagens incríveis, mas será que consegue expressar a dor, o amor ou o conflito de forma genuína? A conexão emocional entre o artista e o público continua sendo algo que a IA não pode replicar, porque ela tende a generalizar a conexão com base ao que o público fornece; ou seja, expressões muito específicas com abordagens inovadoras podem ficar limitadas.

2. A originalidade e a intenção

A IA aprende com um banco de dados de obras já existentes, mas não pode criar algo completamente novo sem uma referência prévia. A originalidade a capacidade de imaginar o que nunca foi feito antes continua sendo um dom humano, inclusive combinar diferentes ideias, tal como em desenhista empreendedor faz.

3. A arte como um processo pessoal

Para muitos, a arte não é apenas um produto final, mas um processo de autoconhecimento e expressão. Pintores, músicos e escritores criam não apenas para vender ou exibir, mas porque o ato de criar faz parte de quem são, daquilo que muitas vezes é uma terapia. Esse processo não pode ser substituído por IA e nem tem porquê.

4. A relação entre artista e público

Artistas constroem comunidades e influenciam culturas. Um quadro de Van Gogh não é apenas uma imagem bonita; é um pedaço da história, da dor e da jornada do artista. As pessoas valorizam a arte não apenas pela beleza, mas pelo que ela representa ou pelo que o artista faz. Esse processo não pode ser substituído por IA, dado que apresentar o trabalho nas redes, passo a passo ou descrevendo e filmando, cria um vínculo afetivo e especulativo para os seguidores de um artista.

5. A arte como um processo formativo

Aqui entramos no âmbito mais nobre da arte, tanto para o artista, quanto para seu público. Quando levada com seriedade e valores, tem um caráter mais nobre de formar e transmitir princípios que resultam em transformações positivas na vida do artista e do público. Nesse nível gera catarses que direciona os rumos de uma pessoa ou artista, seja ao desenvolver ou transmitir: paciência, criatividade, superação, união, ecletismo, etc.

Como os artistas podem se adaptar?

O avanço da IA é inevitável, mas isso não significa o fim dos artistas. Aqui estão algumas formas de adaptação:

1. Usar a IA como ferramenta e não como concorrente

Não há pra onde correr! Em vez de enxergar a IA como uma ameaça, os artistas podem incorporá-la ao seu processo criativo. Ferramentas de IA podem auxiliar na composição de ideias, na finalização de obras e na automação de tarefas repetitivas. Programadores criaram a IA para criar artes? Que tal usar ela para criar uma aplicação digital onde você usa os seus próprios os desenhos? Os aplicativos do Desenho Online estão aí para provar isso. Pense que você também tem um aliado feroz, basta colocá-lo ao seu lado em algo que você não domina.

2. Criar obras únicas e autorais

A arte que carrega a identidade do artista tende a ser valorizada, mas é preciso saber onde apresentá-la e como apresentá-la, que é e sempre foi o trabalho de todo artista, desenvolver um bom marketing. Obras únicas, com técnicas artesanais ou digitais diferenciadas, terão mais espaço no mercado.

3. Valorizar a experiência e o storytelling

As pessoas não compram apenas um quadro, uma música ou um livro; elas compram a história por trás da criação. Artistas que conseguem transmitir sua jornada e sua personalidade nas obras terão um diferencial.

4. Explorar novos formatos e mercados

O mercado de NFTs (tokens não fungíveis) mostrou como a tecnologia pode abrir novas possibilidades para artistas digitais. Além disso, plataformas como Patreon, Twitch e YouTube permitem que artistas monetizem seu trabalho de forma independente.

5. Educação e mentoria

A IA pode gerar arte, mas não pode ensinar ou orientar novos artistas da mesma forma que um ser humano. Professores e mentores terão um papel ainda mais importante no futuro da arte.

6. Manifestar o seu direito

Quando uma IA copia o estilo de desenho de terceiros realizando o desejo de um usuário; cria-se um problema para um determinado artista, que é ter seu trabalho plagiado. O curioso é que algumas plataformas proíbem copiar um estilo de desenho do estúdio “x”, mas aceitam copiar o estilo do estúdio “y”, o que tecnicamente abre margem para outros artistas menores em influência terem seu trabalho copiado. Isso quer dizer que haverá margem para muitas interpretações e violações de direito. Falar sobre isso não vai resolver totalmente, mas é bom manifestarmos em nossa defesa para que o futuro se molde com a regulamentação da IA.

Enfim, a inteligência artificial está transformando o mundo da arte, mas isso não significa o fim dos artistas. Como sempre aconteceu na história, os criadores humanos encontrarão novas formas de se destacar e se reinventar. A arte é muito mais do que um produto visual ou sonoro; ela é a expressão, emoção, formação e a conexão com arquétipos.

Em um mundo dominado por IA’s, o diferencial estará naquilo que nos torna verdadeiramente humanos: nossa capacidade de nos melhorar, sentir, imaginar e criar algo único. O futuro da arte não será sobre a substituição do artista, mas sobre como ele usará a tecnologia para se reinventar e continuar tocando o coração das pessoas e se autoconhecendo. Esse é o meu ponto de vista, mas, e o seu? Que tal deixar a sua opinião abaixo e juntos promovermos esse debate? Fique a vontade!

Fonte da imagem: Pixabay

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