Os “ancestrais” da Mesa Digitalizadora

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Wacom tablets

Hoje em dia muitos desenhistas já estão acostumados com as Tablets de Ilustração (mesas digitalizadoras), ferramentas que a cada dia vem ganhando mais espaço no mercado de ilustração digital, seja pela necessidade ou pelas diferentes versões que vem sendo lançadas. Muitos de nós pegamos a evolução destas belezinhas bem na frente, mas grande parte de nós, nem imaginamos como eram os ancestrais destas ferramentas, muito menos quando surgiram. É sobre eles que irei falar neste post!

Como sempre se precisou de desenhos para compor produtos ou mesmo para transmitir uma ideia, a evolução das técnicas e materiais foram naturalmente necessárias; ainda mais com a chegada da Revolução Industrial, no século XVIII, onde os processos antes utilizados ganharam um grande impulso de inovação, resultado de uma necessidade capitalista que pedia uma produção cada vez maior de produtos dentro de um tempo cada vez menor. A padronização e a criação de produtos em série também foram outras grandes características deste período, e que aos poucos forçou o homem a se valer de características padronizadas internacionalmente, e que resultaram no tão conhecido processo de manufatura.

A partir deste período muitas invenções surgiram, período em que sucessivas descobertas e aprimoramentos se tornaram úteis para as novas criações. Interessante que tempos depois, surgiria o primeiro conceito do tablet que conhecemos hoje, era uma invenção batizada como Teleautograph, criada pelo eletricista Elisha Gray. Esta invenção é considerada como a precursora do fax, este último se popularizou em meados do século XX, mas logo se tornou defasado.

Teleautograph - Elisha Gray

O inventor patenteou esta ferramenta em 1888, mas só exibiu ao público em 1893. A engenhoca não foi propriamente criada para desenhos, mas, para o envio de mensagens escritas a mão, por meio de um circuito; assim, ela se tornou popularmente utilizada por médicos e bancos para o envio de assinaturas a longas distâncias. Para conferir mais detalhes deste projeto, clique aqui.

O processo de manufatura estimulado a partir da revolução Industrial continuou presente, trazendo mais tarde a revolução tecnológica de computadores, que ocorreu em meados do século XX, quando foram criados os circuitos integrados, que deram origem aos princípios da eletrônica e da informática. Toda essa revolução se desenvolveu a nível mundial, e desde então vem sendo uma peça chave para as mais diversas áreas, como é o caso das pesquisas científicas e tecnológicas, ou mesmo como arte para a indústria e internet. No início a preocupação era mais funcional; ou seja, a Arte Digital vinha com o objetivo de tornar mais fácil e intuitiva a interação do homem com a máquina, deixando cada vez mais aquelas velhas instruções e comandos. Por outro lado, houve-se um estimulo do lado realmente artístico, que possibilitou o homem a criar artes cada vez mais refinadas, para os mais diversos fins.

Em virtude de uma natural evolução de produtos e serviços que precisavam deste meio, a Arte Digital foi não só ganhando mais espaço como também se aprimorando. Para contribuir com este cenário, surgiu Tom Diamond, que apresentou a primeira mesa digitalizadora para reconhecimento de grafia por meio de um computador, a Styalator, em 1957. De qualquer forma, a que ficou mais conhecida naquela época foi a Rand Tablet, introduzida em 1964; ela utilizava uma malha de fios sob uma superfície epoxi, que codificava coordenadas verticais e horizontais em um pequeno sinal magnético. O painel de escrita era de 10×10 polegadas, com com 100 linhas de resolução por polegada. Por meio de um fio, a caneta recebia o sinal magnético gerado pela malha e enviava a informação para o computador decodificar.

Rand Tablet 1960

Neste link você pode conferir o projeto do Rand Tablet.

Com o passar do tempo foram surgindo outras versões, com finalidades diferentes; como foi o caso do Dynabook, desenvolvido em 1968 por Alan kay. O aparelho foi idealizado para ser utilizado por alunos, disponibilizando assim uma serie de atividades educacionais.

Nas décadas de 70 e 80 as mesas digitalizadoras foram se popularizando, já utilizando o magnetismo para detectar com mais precisão a posição da caneta. Foi nessa época que surgiu a Summagraphics, que chegou a ser vendida como acessório do Apple II.

A primeira mesa digitalizadora doméstica que surgiu, foi a Koala Pad. Inicialmente, a ideia era criar um computador de desenho a baixo custo para as escolas, mas acabou caindo no gosto popular, e inclusive foi sendo utilizada por outros PC’s da época, além de vir com um software próprio para a execução dos desenhos. O Koala Pad caiu tanto no gosto dos usuários que instigou a Atari a criar seus próprios modelos, que foram até melhores que o próprio Koala.

Koala Pad

A partir daí as novas versões de mesas digitalizadoras não pararam mais, e mesmo com a resistência de alguns desenhistas aceitarem a ferramenta, aos poucos as mesas digitalizadoras foram conquistando os desenhistas a adentrarem nos traços digitais. De fato, a precisão de resposta da ferramenta, deixava muito a desejar, ainda mais para aqueles que desde jovens já estavam acostumados com o tradicional modo de desenhar.

No início, mesmo os melhores modelos eram utilizados em estúdios apenas para arte final; foi pouco a pouco, com as novas versões dos fabricantes, é que ela foi sendo realmente aceita como principal ferramenta de trabalho. Veja que hoje temos grandes marcas como a Wacom, que fornece ótimas ferramentas de trabalho, a um preço mais acessível; diferentemente de uns bons anos atrás, onde você precisava de uma boa grana para adquirir uma ferramenta que ainda era bem ruim.

É meu amigo, se você acha ruim manipular uma tablet de desenho, imagina se fosse um destes “museus” que citei? Hehe!

Então é isso, espero que você tenha gostado deste post. Até mais!

3 comentários sobre “Os “ancestrais” da Mesa Digitalizadora

  1. Quase ninguem fala das XP- Pen. Acabei de descobrir que estao vendendo no Brasil, tem ate site oficial. Lembrando essa que eu citei é do JAPÃO, japonesa!

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