Mesmo quem não gosta de mangá, sabe que o ritmo de trabalho no Japão é bem puxado, variando de 10 a 12 horas. Com os mangakás de lá, não poderia ser muito diferente, e até digo que a arrancada é ainda mais forte, até porque o compromisso de cumprir suas tarefas os levam a dormir bem pouco, como é o caso de Eiichiro Oda, que diz acordar às 5h e ficar em atividade até às 2h da madrugada. Com pouco tempo de descanso e muita pressão no trabalho, muitos acabam prejudicando a si mesmos, chegando a ficar doentes por excesso de trabalho, ou mesmo indo a óbito.
Neste post de hoje eu separei alguns casos de mangakás que tiveram a carreira interrompida, seja por doença ou definitivamente pela morte. Quem achava que essa turma tinha a vida fácil, irá se surpreender.
Integrante do grupo CLAMP
Em 2011, após sentir fortes dores na parte inferior das costas, uma das integrantes do grupo CLAMP foi diagnosticada com uma fratura vertebral compressiva, muito provavelmente causada por trabalhar sentada por longos períodos debruçada sobre uma cadeira, esticando sua parte inferior das costas.
Por indicação médica a integrante teve de descansar por um longo tempo. O grupo chegou a um consenso de que seria melhor esperar pela recuperação total dela, embora não parassem com o trabalho reconheceram que isto poderia reduzi-lo significativamente, pedindo por isso a compreensão de todos os fãs. Isso é até um alerta para nós desenhistas que às vezes esquecemos de nos atentar a postura.
Eiichiro Oda
Em meio a tanto de sucesso de One Piece, o seu criador Eiichiro Oda já esteve disposto a fazer uma pausa por complicações de amigdalite. Descanso mais do que necessário, mas que lhe proporcionou uma quinzena de solidão enquanto se recuperava de abscessos, além de 2 semanas sem One Piece na edições da Shonen Jump. Ele até deixou uma mensagem para os fãs comentando o fato:
“Desde o ano passado, quando eu fico cansado, a parte do corpo em minha garganta, chamada “amígdalas”, começam a inchar. Isso realmente interferiu com o meu trabalho e esta operação tem o objetivo de remover as minhas amígdalas. Mas, já que estou indo para a faca, bem que eu poderia pedir para que eles adicionem umas bazucas em meus ombros. Eu estarei de volta com um corpo mais forte que será capaz de assumir todas as diferentes tarefas que vou fazer na segunda parte deste ano. Em breve eu voltarei, e por favor, venham por aqui novamente!”
Tradução: ”Desculpem por isso. Por favor, esperem por mim um pouco…”
Depois de ter sido hospitalizado, seus editores disseram que ele deveria maneirar no trabalho, tirando algumas folgas as vezes. É por isso que o mangá tem pausas de 1 semana a cada cinco ou seis capítulos.
Hoshino Katsura
A grande Hoshino Katsura, é daquelas pessoas que tem uma saúde instável. Mesmo facilitando sua vida ao transferi-la da Shonen Jump (semanal) para as publicações mensais da Square Jump, a sua série D.Gray-Man continuou tendo inúmeras paralisações, devido a doença da autora. Desde o seu lançamento a serie foi colocada em hiatos várias vezes. Da última vez o mangá teve alguns bons meses sem lançamento.
Quando o Japão teve um surto de gastroenterite infecciosa, causada principalmente pelo Norovírus, a mangaká contraiu o vírus; logo ela lançou uma nota através da revista Shonen Jump:
“Desculpe por sem querer contrair o norovirus, vou trabalhar ainda mais ano que vem!”
Também por uma lesão em seu pescoço, comentou sobre o ocorrido:
“Desculpem por fazer uma pausa tão grande. Meu pescoço está muito melhor, então estou recomeçando a serialização. m(_ _)m”
O volume 25 de D.Gray-Man não teve previsão de sair no Japão.
Jun Sadogawa
Em 13 de agosto de 2013, o mangaká Jun Sadogawa (nome real: Mutsumi Kawato) foi encontrado pendurado em uma árvore com uma corda amarrada em seu pescoço. Os policiais que trataram do caso, acharam que fosse suicídio. Ele faleceu por volta do amanhecer. A identidade de Sadogawa foi confirmada por sua carteira de motorista e seu veículo, que foi encontrada no estacionamento do próprio parque. Não houve nota de suicídio em seus pertences.
De qualquer modo, em sua conta no Twitter, ele havia deixado claro que vinha bebendo muito, e mesmo com o apoio de muitas pessoas, não conseguia resolver seus problemas sem a bebida.
Sadogawa nasceu no Distrito Kitasoma, e na época que morreu estava na serialização do mangá “Amane Atatameru”, em Akita Shoten ‘s Weekly Shonen Champion, a última revista que trabalhou.
Ai Yazawa
Depois de 21 volumes do mangá Nana, a mangaká Ai Yazawa interrompeu a série por motivos de saúde. Mesmo recebendo alta em 2010, anunciou que iria adiar a continuação do mangá até que se recuperasse completamente.
Mais tarde a Shueisha comunicou que Yazawa decidiu abandonar definitivamente a série, alegando estar muito cansada para prosseguir com o projeto. Os fãs logo ficaram decepcionados!
Então é isso galera, apesar dos pesares, espero que vocês tenham gostado deste post. Até mais!
4 comentários sobre “Quando a doença ou a morte interrompe a carreira dos Mangakás”
Esqueceu do Togashi Yoshiro Hunter X Hunter que tem problemas com cancer, e Inada Koji que também deixou sua serie em hiatus(vai fazer oito anos no final de setembro) também por doença(só não sei qual doença, dizem que é cancer).
Boa Niko, acho que depois vou incluí-lo no post. Obrigado pela sugestão!
Realmente Carol, depois de contagiar os fãs com o mangá, o caso foi como aquela facada que nenhum fã espera. Se o motivo fosse doença, seria até plausível; mas, nesse caso, dá pra ver que ela quis pular fora mesmo. Seria mais digno, ao menos ela finalizar a história.
Eu concordo que os mangakas precisam de descanso e de férias. Lançar um capítulo por semana é muito trabalho! A maioria não tem nem descanso no Natal e Ano Novo.
Mas o caso da Ai Yazawa eu achei sacanagem da parte dela. Ela levou a história pra um caminho que ela sabia que os fãs não iriam gostar (afinal ninguém quer que um personagem importante da história morra, né?), mas ela deveria ter ido adiante, afinal foi uma decisão dela!
Se bem que existem uns japoneses obcecados que têm mania de ameaçar outras pessoas por nada… =/