Também existem os Desenhistas Raiz e Nutella?

Raiz e Nutella? Tenho que confessar que na verdade eu não sou muito fã dessas modinhas, mas hoje eu vou descontrair com esse post, para trazer a tona mais uma vez esse meme “chiclete” que vem atazanando você pelas redes sociais, mas que serve também para evidenciar alguns costumes dos desenhistas. Para quem não sabe esse meme surgiu após uma publicação viral, e que ganhou inclusive uma fan page com este termo, “Raiz & Nutella“.

No geral o termo “Raiz” e “Nutella” se tornou duas atribuições embutidas respectivamente de distintos costumes sobre um determinado assunto, seja o primeiro abarcando o que tradicionalmente se fazia (essência) e o segundo como sendo costumes modernos ou até inferiores, decadentes. Nutella faz uma referência ao creme de avelã que todo jovenzinho conhece, mas isso é o menos importante.

A ideia deste post de hoje é aproveitar a ocasião para descontrair e mostrar os dois lados da mesma moeda, e que no caso se refere ao nosso contexto de desenhistas, e, como toda brincadeira possui um fundo de verdade, o post vem justamente para instigar um reflexão; afinal, ninguém é perfeito. Apesar desse meme ser uma modinha, temos que admitir que há mesmo diferenças significativas entre alguns costumes do ofício desenhista. Portanto a grande questão é: – Há mesmo desenhistas totalmente “Raiz” e desenhistas totalmente “Nutella”? Vamos primeiro ver algumas das diferenças que há por aí…

 

Desenhista Raiz x Desenhista Nutella

 

1 – Preocupava mais em desenhar melhor – Acha que material caro e de marca boa é que faz o milagre

2 – Fazia mega desenhos até com um toquinho de lápis de marca vagabunda – Só quer saber de lápis importado

3 – Seu portfólio era armazenado em pastas plásticas – Digitaliza quase tudo e posta nas redes sociais ou blog

4 – Mostrava os desenhos quando recebia visita em casa, na escola ou no curso – Fica tagueando trocentos amigos do Facebook para mostrar que sabe desenhar

5 – Mandava desenhos para a seção de cartas em revistas – Manda o desenho para o artista famoso para rolar aquele “marketing”

6 – Ouvia que trabalhar com desenho é coisa pra maluco –  Continua ouvindo o mesmo, mas agora tem mais apoio

7 – Quando não tinha mesa desenho usava a da cozinha como apoio – Sem mesa desenho, usa a mesinha do computador

8 – Usava uma folha sob a palma da mão para não borrar o desenho – Usa “luvinha” para dois dedos

9 – Levava calote e ficava por isso mesmo – Fica o bicho quando leva um calote e manda indiretas nas redes sociais

10 – Tinha vergonha de cobrar – Antes de pegar a encomenda já fala o preço na cara

11 – Comercializava desenhos na rua e no bairro onde morava – Ganha por royalties ou comissions através da internet

12 – Valorizava os poucos livros de desenho que obtinha no sebo – Salva milhares de PDFs no computador e não estuda porcaria nenhuma.

13 – Na dificuldade resolvia virar letrista, grafiteiro ou desenhista de rua – Na dificuldade segue a profissão que está em alta

14 – Apesar das dificuldades e limitações corria atrás das oportunidades e conseguia fazer carreira – Vive reclamando e jogando a culpa no sistema e na política

15 – Dificilmente aceitava um elogio – Sem ninguém dizer nada se sente um Leonardo da Vinci

16 – Sua pasta de desenhos era algo sagrado e sua ameaça motivo para uma grande “treta” – Digitaliza todos os desenhos e faz backup

17 – Sonhava em trabalhar no Estúdios Mauricio de Sousa produções, na Marvel, DC; mas aproveitava mal as oportunidades – Enche o email de qualquer empresa que oferece uma vaga

18 – Aparentava ser “bicho grilo” mas era legal – Se veste bem mas é egocêntrico

19 – Mesmo ganhando pouco tentava ajudar nas despesas de casa – Os pais bancam tudo

20 – Desenha bem, ganha razoavelmente bem, mas administra mal o dinheiro – Ganha bem, desenha bem, mas trabalha em uma profissão que está em alta

 

Conclusão:

Tecnicamente falando muita coisa evoluiu, mas acontece que não dá para generalizar todos em dois estereótipos, pois ninguém é um extremo ou outro, ainda tem muita mistura dessas características, e é por isso que acredito que cabe a cada desenhista se auto avaliar e adaptar-se às mudanças, seja descobrindo os costumes que de fato deve manter em sua jornada, assim como descobrir o que realmente deve largar de vez. Os novos tempos pedem novas técnicas, mas é preciso aprender a escolher e manter os bons e velhos valores de sempre, pois são com esses últimos que vencemos os nossos maiores limites.